Filosofia, História e Psicanálise – 60h

Seja bem vindo (a) a disciplina de Filosofia, História e Psicanálise

Esperamos que se aprofunde nesta disciplina teórica, metodológica e prática =)

Olá caro aspirante a psicanalista tudo bem com você?

Vamos iniciar uma disciplina que para Freud é fundamental a qualquer psicanalista.

Isso mesmo Filosofia e história são fundamentais para  compreensão da metapsicologia freudiana e ainda mais  antológicas e históricas da nossa área de formação.  

Então vamos lá?

Saiba o conceito de Filosofia: 

(…) Filosofia é uma palavra grega que significa “amor à sabedoria” e consiste no estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.

Filósofo é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, sem uma visão pragmática, movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade. Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser. E por isso tem uma grande ligação com a psicanálise.  

A filosofia foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé, e sim na razão.

Escute esse podcast sobre Filosofia e Psicanálise

Há uma relação entre filosofia e psicanálise?

Respondemos que sim. Pois ao tomar as ideias como tópicos de investigação do mundo, a filosofia parece estar circunscrita a um ambiente bastante restrito, a saber, o espaço intelectual. Interrogar conceitos nada mais é do que interrogar o próprio pensamento.

O exercício filosófico segue um método bastante preciso: o da dobra do pensamento sobre si, ou pelo que se costuma designar, reflexão.

Portanto tem sem sombras de duvidas temos uma relação com o saber psicanalítico.

(...) A filosofia de uma disciplina específica, como a da psicanálise, poderia parecer, segundo o que acabamos de expor, um contrassenso. E mais: a filosofia misturada à prática analítica, um total desvio de rota. Nesse sentido, poderíamos afirmar que o método reflexivo seria completamente estranho à psicanálise e deveria ser apartado da prática psicoterapêutica. Não se poderia falar, então, em uma reflexão sobre a clínica, ou que os conceitos não poderiam ser tópicos de investigação do psicanalista. Separar de maneira radical filosofia e psicanálise parece, assim, levar-nos a conclusões extremas e até absurdas.

Pense =)

Veja esse vídeo – Lacan: uma linguagem para o real | Christian Dunker como sugestão sobre a psicanálise e filosofia: 

A relação entre a psicanálise e a filosofia se apresenta em duas facetas: uma que trata da forma pela qual a cena analítica, no sentido de sua prática clínica, inscreve-se na sociedade contemporânea; e a segunda trata das relações teóricas entre o pensamento psicanalítico e a filosofia trágica.

Ao disciplinar a primeira face, não se adota a perspectiva do psicanalista, nem se recorre à teoria psicanalítica, mas tenta-se, deixando-se influenciar pelo método clássico da antropologia.

Quanto à filosofia da psicanálise, com o seu crescimento e consequente variedade de trabalhos produzidos, terminou-se por fazer confusão em relação aos seus limites. A filosofia da psicanálise passou, então, a demandar critérios que, de alguma maneira, pudessem definir, com o máximo de clareza, a sua delimitação. Nesse sentido, algumas questões se impõem.

Filosofia e psicanálise

Então caro aluno aspirante a psicanálise, ora, não haveria nesse procedimento tão comum da escritura de Freud um parentesco com a filosofia?

(…) Mesmo que lacunar, o que se expõe não é uma ideia laboriosamente construída? Se Binswanger afirma que, “assim como a planta original de Goethe não é uma planta, mas uma ideia, como Schiller declarou em sua famosa conversa com Goethe, e para espanto deste, assim também o homem original freudiano não é um homem real, mas uma ideia” (Binswanger, 1970, p. 206).

Portanto caro aluno, o homem original freudiano, mesmo sendo uma ideia, é um homem real, e talvez a realidade mais significativa e impositiva que se pode experimentar. Uma realidade que se impõe sobre a materialidade dos fatos, capaz de produzir medos, alucinações, esquecimentos, recordações, lapsos e tantas outras coisas.

Como construção de uma ideia, há muito de filosófico no procedimento de Freud. Uma ideia que, contudo, não nos aliena do mundo, mas nos enraíza no que ele tem de mais real e verdadeiro.

Recomendamos a leitura do texto: o que é a filosofia da psicanálise

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Reflexão: 

(…) Desse ponto de vista, seria possível, então, uma filosofia da psicanálise? Se há algo de filosófico no procedimento analítico e na construção conceitual de Freud, sem o que jamais seria possível propor conceitos fundamentais para o tratamento psíquico, tais como inconsciente, pulsão, processo primário, fantasia, censura etc., não podemos, por outro lado, desconsiderar que esses conceitos inundaram a filosofia e se tornaram tópicos de sua investigação. Não uma investigação que vise pôr o filósofo na atuação direta no mundo, tornando-se agente da clínica psicanalítica, mas levá-lo a enfrentar esses conceitos para tornar claros os seus pressupostos e fundamentos.

História e Psicanálise 

Os recursos técnicos são vários: livre associação do paciente, atenção flutuante do analista, uso do divã, setting bem definido, alta freqüência de sessões, etc. Mas esta breve digressão teve a finalidade apenas de aproveitar palavras de Novais para situar rapidamente o status científico da psicanálise. Mas, das várias reflexões que me despertou a entrevista com Fernando Novais, resolvi deter-me um pouco mais na pergunta inicial da entrevista:

“Qual o papel da história na psicanálise” O que é fazer história em psicanálise?

Bom caro aluno (a) nos primórdios da psicanálise, Freud, na ânsia de torná-la uma ciência natural, acreditava que os fatos psicanalíticos deveriam ter uma correspondência com os fatos reais vividos na infância do sujeito.  Ou seja, na “história vivida” do paciente deveriam ter fatos reais que correspondessem de algum modo às produções oníricas e sintomas neuróticos trazidos ao analista. Em epistemologia, a busca da verdade por correspondência tem como ciência prototípica a física. 

Durante muitos anos a reconstrução da “verdade histórica” ocupou um papel central na psicanálise. Entretanto, na medida em que a psicanálise foi desenvolvendo novos conceitos, houve uma modificação substancial nesse sentido. Inicialmente, a partir das contribuições kleinianas. Klein, em seus trabalhos clássicos, passou a dar uma centralidade enorme às projeções do paciente sobre sua realidade externa, e considerava que o “mundo interno”, com seus objetos e relações de objetos internas, criavam-se a partir da introjeção das figuras parentais, porém distorcidas pela projeção prévia.

Recomendamos a leitura do texto: História e Psicanálise: entre ciência e ficção

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História e psicanálise se entrelaçam de inúmeras formas. Ocupam-se especialmente de entender – mas a psicanálise também de tratar – a constituição de um sujeito, de um povo ou de uma civilização. Estudam as memórias, os mitos, os registros simbólicos, oníricos, na ânsia de conhecer do modo mais acurado possível o seu objeto de estudo, seja individual, seja coletivo. Hoje em dia, a psicanálise se ocupa ainda de fazer hipóteses reconstrutivas do passado do indivíduo através do conhecimento de seu presente enunciado em seus registros simbólicos. Mas faz também – e talvez de modo predominante – construções simbólicas, míticas e conceituais, de experiências emocionais, seja da vivência imediata do paciente na sala de análise, seja de vivências primitivas que permaneceram em estado bruto, protomental, não simbolizadas e que irrompem na relação analítica.

Deixamos com sugestão e para fichamento de um dos textos abaixo:

Há uma relação entre Filosofia e Psicanálise História e Psicanálise

História e Psicanálise

 

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