Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud I – 60h 

Olá caro (a) aluno (a) aspirante a psicanalista na disciplina anterior falamos um pouco sobre a introdução a área da psicanálise.

Agora vamos se aprofundar na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, teremos mais outras três disciplinas com esta temática teórica para você poder entender a área que você escolheu para atuar. Então vamos lá! 

A impotência original do ser humano torna-se a fonte primeira de todos os motivos morais.

Sigmund Freud

As influências de Sigmund Freud

Vimos a influência desses médicos abaixo (Charcot e Breuer) para Freud e posteriormente para psicanálise. Caso não lembre, sugerimos que refaça a leitura da aula anterior! 

A psicanálise como inovação e elaboração do conceito de inconsciente

A psicanálise tem como grande inovação a elaboração do conceito de inconsciente, tomado como seu objeto de estudo, e a descoberta da sexualidade humana, rompendo assim com a tradição da Psicologia, até então definida como a ciência da consciência e da razão.

A primeira e segunda tópica da psicanálise [Tópica Freudiana]

Sexualidade infantil, inconsciente, aparelho psíquico (…)

1ª e 2ª Tópica em Freud

Segundo Sigmund Freud a primeira tópica é dívidida em 3 partes da mente: consciente, pré-consciente e inconsciente, onde elas nos ajudam a manter a sanidade e a percepção do certo e errado. 

O pré-consciente ou (subconsciente – popularmente/censo comum) como pode ser chamado, fica próximo da consciência , que ambas consiste no processo secundário.

Sabe  aquela   frase  “Sua   consciência   está  pesada”  isso  exatamente pode ocorrer quando seu  Pré-Consciente  age informando  que  tem  algo  em  mente , mas  você   reluta  em   deixar  sair e  como  já  pensou  ou  até   mesmo  já colocou pra  fora,  fica  aquele  incomodo  do  Iceberg  onde  a Consciência   é  o   que domina,  pois  recebe  influências  do  mundo  externo   e  o Pré-consciente  apenas armazena  essas  influência a,  deixando   algumas  coisas  mais profundas  no Inconsciente.

 

A psicanálise assim como outras teorias centram sua investigação e explicação nas causas do comportamento humano, reconhecendo como causa as forças inconscientes, subjacentes e motivadoras do comportamento individual humano.

 

Entenda mais sobre a 1ª e 2ª Tópica em Freud

Num primeiro momento Sigmund Freud falando sobre “A Primeira Tópica”:

Estava convicto de que o psiquismo humano se estruturava em duas partes, chamadas por ele de CONSCIENTE (menor porção e mais insignificante, superficial de toda a personalidade) e a INCONSCIENTE (maior e mais significativa parte da personalidade, sede das forças ocultas responsáveis por todo o impulso do comportamento humano).

Sua teoria foi sendo escrita passo a passo com a sua prática clínica no atendimento a pessoas com problemas emocionais, e assim ele foi construindo sua teoria, que resultaria, mais tarde, a chamada “Segunda Tópica”, que é na verdade uma reconstrução do funcionamento do aparelho mental (ou aparelho psíquico), agora concebido em três instâncias: Id, Ego e Superego.

O interessante é que evolução do pensamento de Freud, não se afirma categoricamente que a mais recente suprime as anteriores, mas apenas que a partir dali a psicanálise passou a enfocar as relações entre as três instâncias psíquicas em vez de apenas classificar um conteúdo mental como consciente ou inconsciente. A ênfase, portanto, está na busca contínua através de décadas de estudos no sentido de aprimorar a tópica do aparelho psíquico.

Como sugestão veja o video: Inconsciente (ID, Ego e Superego): 

Por que Freud não ficou satisfeito com a primeira tópica?

Caro aluno (a) a primeira tópica se mostrou bastante útil para Freud quando a psicanálise estava direcionada primordialmente à compreensão das formações do inconsciente e da natureza das representações mentais que causavam angústia e eram recalcadas. Todavia, quando o foco da pesquisa psicanalítica começou a ser orientado para o ego – a instância do psiquismo que, por não suportar a angústia gerada por determinadas representações mentais, as mandava para o inconsciente – essa divisão do aparelho psíquico em consciente, pré-consciente e inconsciente começou a se mostrar insuficiente. Vejamos por que.

(…) Até então, Freud achava que o ego estava totalmente situado no consciente e no pré-consciente, afinal no inconsciente estariam apenas aquelas representações mentais que o ego teria recalcado. Em outras palavras, naquele momento Freud considerava que o conflito psíquico que levaria ao adoecimento psicológico seria travado entre um ego consciente que não quer admitir determinados pensamentos e o conjunto inconsciente desses pensamentos recalcados, ou seja, um conflito ego versus inconsciente.

No entanto, a experiência clínica foi mostrando a Freud que uma parte considerável do ego também era inconsciente. Como Freud descobriu isso?

Caros alunos (as) ora, durante uma análise, o sinal clínico que evidencia que determinados pensamentos e recordações estão no inconsciente, ou seja, de que foram recalcados, é a dificuldade do paciente de se lembrar deles ou de falar sobre o assunto.

Freud compreendia essa situação considerando que haveria uma resistência do ego bloqueando o acesso das representações mentais recalcadas e/ou de seus substitutos. O curioso, contudo, é que o próprio paciente não teria consciência de que estava empregando essa resistência! Logo, a resistência não seria um fenômeno consciente, embora fosse uma função do ego. Conclusão: o ego não é totalmente consciente. Além disso, as resistências se comportariam de modo semelhante às representações recalcadas, isto é, demandariam certa dose de trabalho para que fossem tornadas conscientes.

Recomendamos a leitura do texto resumão: A primeira e segunda tópicas em Freud

Se preferir faça o download do texto em pdf na opção imprimir (destino) salvar em pdf.

Sobre a segunda tópica de Freud (...) essa descoberta jogou por terra a hipótese de que o conflito psíquico se fundamentaria numa oposição entre ego e inconsciente. No entanto, isso não significaria admitir que o ego não fosse um dos polos do conflito psíquico. De fato, mesmo sendo inconsciente, a resistência continuava a ser um fenômeno produzido pelo ego. O problema estava em sustentar que o outro polo do conflito seria o inconsciente, afinal descobrira-se que uma parte do ego também era inconsciente. 
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Renato Mezan
Psicanalista

Vamos exemplificar abaixo por meio desta imagem, o consciente, pré-consciente e inconsciente (ID, Ego e Superego): 

Essa teoria se intitula psicossexual, porque para Freud a energia psíquica que move o ser humano originalmente é inata e sexual, o ID, e é dela que derivam as duas outras instâncias da personalidade, o Ego e o superego.

A Teoria Psicanalítica é de extrema importância para o estudo do desenvolvimento humano. Vamos ver agora de forma mais detalhada os conceitos estudados por FREUD (ID, EGO e SUPEREGO e as fases do desenvolvimento psicossexual humano).

Nesta teorização vê-se claramente que o desenvolvimento humano é concebido como se processando em fases. Essas fases dizem respeito ao desenvolvimento da personalidade, concebida em três sistemas – ID, EGO e SUPEREGO – correlacionados com a energia psíquica que é a força motriz para a operação da personalidade, e, consequentemente, para a sua manifestação pelos comportamentos.

Vejamos então sobre os conceitos das instâncias psíquica da teoria psicanalítica de Freud: 

  • O ID é a parte mais primitiva da personalidade, corresponde mais ou menos à noção de inconsciente. O ID busca a satisfação imediata dos impulsos, agindo de acordo com o princípio do prazer. É constituído por forças e impulsos, inclusive os sexuais.
  • ID – O id é a fonte da energia psíquica (à libido). É de origem orgânica e hereditária. Apresenta a forma de instintos que impulsionam o organismo. Está relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal, que o indivíduo experimenta. Não tolera tensão. Seu o nível de tensão é elevado, age no sentido de descarregá-la. É regido pelo princípio do prazer. Sua função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona inconsciente da mente. O Id não conhece a realidade objetiva, a “lei” ética e social, que nos prende perante a determinadas situações devido as conclusões da interpretação alheia. Por isso surge o Ego.
  • EGO – (em português “eu”), lugar em que se reconhece, eu de cada um. O ego desenvolve-se a partir do Id, na medida que o bebê vai tomando consciência de sua própria identidade,com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade.
  • É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamentohumano. A satisfação das pulsõesé retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. O Ego é lógico e racional.Sempre cumpre a função de lidar com a realidade externa (faz um meio campo entre o mundo interno e externo), lidando com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Assim, o ego atua como mediador entre o id e o mundo exterior, tendo que lidar também com o superego, com as memórias de todo tipo e com as necessidades físicas do corpo. A sua energia é extraída do Id.

Entenda mais sobre a 1ª e 2ª Tópica em Freud

  • SUPEREGO –Atua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. É o componente social da personalidade. As principais funções do Superego são: inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição. Localiza-se consciente e pré-consciente.

Vejamos agora um caso prático desses conceitos: 

  • Pelo Id o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado, dedicando-se a uma aprazível atividade de lazer: uma piscina, pescaria, um cinema, ou até sair com namorado (a), etc.
  • Ego aconselharia prudência e buscaria uma oportunidade adequada para essas atividades/momentos.
  • Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, por exemplo, com o supervisor ou colegas de trabalho, ou ao próprio trabalho.

Níveis de Consciência da Personalidade:

Os três sistemas da personalidade não devem ser considerados como fatores independentes que governam a personalidade. Cada um deles têm suas funções próprias, seus princípios, seus dinamismos, mas atuam um sobre o outro de forma tão estreita que é impossível separar os seus efeitos.

Níveis de Consciência da Personalidade:

Para Freudos três níveis de consciência são: consciente, pré-consciente e inconsciente.

  • Consciente –inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. Recebe ao mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo interior;
  • Pré-consciente – (ou subconsciente) –se constitui nas memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema de Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. É uma espécie de “depósito” de lembranças a disposição, quando necessárias;
  • Inconsciente –estão os elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis à consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da associação livre. Os processos mentais inconsciente desempenham papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na determinação do comportamento.

Elucidamos abaixo de forma simples o que você aprendeu acima! 

Elucidamos abaixo de forma simples o que você aprendeu acima! 

AS 7 ESCOLAS EM PSICANÁLISE

Caro aluno (a) separamos um infográfico resumido com as escolas psicanalíticas: 

Veja agora as principais descobertas e acréscimos à teoria psicanalítica desde Freud: as diferentes linhas e escolas dentro da psicanálise contemporânea.

Freudianos clássicos e contemporâneos.
  • Sigmund Freud (1856-1939) criou um modelo da mente com poucas hipóteses básicas: A vida psíquica é ativada pela energia de dois impulsos primitivos (em sua primeira teoria dos impulsos o sexual e o de autopreservação; em sua segunda teoria dos impulsos, o de vida e o de morte, ou sexualidade e agressão). Estes impulsos representam demandas do corpo na mente e tornam-se conhecidos mediante desejos e necessidades que procuram pelo objeto específico para alcançar satisfação. Os traços de memória destas interações (incluindo as representações de objetos e relações importantes) estruturam toda a mente, construindo formações cada vez mais complexas, que são por fim divididas em três seções principais. Em seu primeiro modelo topográfico Freud denominou os sistemas Inconsciente, Pré-consciente e Consciente; em seu segundo modelo estrutural ele referiu Ego, Id e Superego. As estruturas da mente regulam as energias dos impulsos de acordo (homeostático) com o princípio do prazer. Metapsicologia é a teoria da mente que expressa funções psíquicas considerando seus aspectos dinâmico (impulsos), econômico (energias) e tópico (estrutural).
  • Sándor Ferenczi (1873-1933) e a escola de psicanálise de Budapeste ressaltaram a importância de considerar e reconhecer traumas reais na infância, os específicos da relação inicial da mãe com o bebê, e os da “confusão de línguas” (uma confusão entre a ligação afetiva da criança e as necessidades sexuais do adulto), que impacta severamente no desenvolvimento psíquico e na psicopatologia posterior. Ferenczi enfocou nos mútuos processos intersubjetivos entre o paciente e o analista, e no papel primoroso da honestidade e trabalho interno do analista (autoanálise) no encontro analítico. Mais recentemente seu trabalho tem sido reavaliado e tornou-se um novo foco na psicanálise na França assim como na Escola Relacional (ver Psicanálise Francesa e “Psicanálise Relacional”, abaixo)
  • Psicologia do Ego. Anna Freud (1895-1982), Heinz Hartmann (1884-1970) e outros, focaram sua atenção no trabalho do ego consciente e inconsciente, seu papel particular nas defesas inconscientes e seu efeito inibitório nos processos psíquicos. Hartmann postulou uma área do ego livre de conflito, que desempenha importantes tarefas como consciência (awareness), controle motor, pensamento lógico, discurso, percepção sensorial e teste da realidade – todas essas, funções vitais que, secundariamente, podem ser envolvidas no conflito neurótico. Ao analisar sistematicamente as defesas do paciente, a psicanálise objetiva fortalecer o ego no sentido de aumentar o controle de impulsos, a resolução do conflito e a capacidade de tolerar a frustração e afetos dolorosos. Hartmann adicionou aos quatro pontos de vista metapsicológicos Freudianos, os aspectos genético e o adaptativo.
  • Kleinianos clássicos e contemporâneos. Melanie Klein (1882-1960) conceituou a infância como começando com impulsos primitivos experimentados dentro de relações objetais. A pulsão de morte dirigida para o interior (ver acima) é experimentada como uma força que ataca despertando ansiedades persecutórias e o medo de aniquilamento, que é localizado (projetado) fora do self e leva a impulsos destrutivos em direção ao objeto frustrador (seio mau), seguido pelo temor de retaliação. Em contraposição, o objeto que satisfaz (seio bom) é idealizado e de forma protetora excindido (split off) do mau objeto. Esta primeira fase é chamada posição esquizo-paranóide, “PS”, caracterizada por splitting, negação, onipotência e idealização, assim como projeção e introjeção. A capacidade crescente do ego para integração levará a ansiedades depressivas de que os impulsos destrutivos tenham danificado o objeto/seio bom e despertam o desejo por reparação. Esta segunda fase é chamada de posição depressiva, “D”. Kleinianos contemporâneos reconheceram que estas fases não estão limitadas à infância mas formam uma dinâmica contínua dentro da mente, a alternância PS⇔
  • O ramo Bioniano da escola kleiniana. Wilfred Bion (1897-1979), relacionado com e partindo de Freud e Klein desenvolveu uma nova linguagem para sua teoria do pensar. Ele introduziu a ideia de que a mente do bebê inicialmente experimenta um ataque violento de impressões sensoriais e emoções cruas, chamadas elementos beta, que não portam significado e necessitam ser evacuadas. É essencial que o objeto cuidador (continente) aceite estes elementos beta (conteúdos), os metabolize e transforme em elementos alfa, e os devolva para o bebê como tais. A mente do bebê os introjeta junto com a função alfa transformadora, assim construindo sua própria função alfa, um aparelho capaz de simbolizar, memorizar, sonhar e pensar pensamentos; isto também desenvolve os conceitos de tempo e espaço e permite a discriminação entre o consciente e o inconsciente. Distúrbios psíquicos estão relacionados a perturbações nestas funções básicas deste aparelho para pensar.
  • O ramo de Winnicott da Teoria das Relações de Objeto. Donald Winnicott (1896-1971) delineou a forma como o ambiente de holding de uma mãe suficientemente boa capacitará a mente do bebê a criar representações de si e do outro. No espaço intermediário entre a mãe e o bebê a criança encontra e cria o que ele chama um objeto transicional (cheirinho) que é e não é a mãe. É este espaço intermediário ou potencial entre a realidade interna subjetivamente criada e a realidade externa objetivamente percebida que permanecerá disponível como um espaço interno para experienciar vida, criar novas ideias, imagens, fantasias e arte, e formar as muitas apresentações da cultura. Se a mãe pode responder empaticamente ao gesto espontâneo do bebê, esse construirá a representação de um verdadeiro self com capacidade para brincar e ser criativo. Entretanto, se a mãe continuamente traduz mal os gestos do bebê de acordo com as necessidades dela, o verdadeiro self da criança permanecerá escondido sob o escudo de um falso self que é criado para sobreviver e pode levar, mais tarde na vida, a um sentimento de não ser capaz de ser verdadeiro.
  • Psicanálise Francesa tem-se desenvolvido delineada a partir de e em disputa com Jacques Lacan (1901-81) e suas ideias (o significado da linguagem, o phallus, desejo e o outro, e seus conceitos do imaginário, do simbólico e o [inacessível] real). Seu chamamento por um retorno a Freud iniciou um sério debate e elaboração dos conceitos nucleares de Freud e, finalmente, estabeleceu o papel primordial da metapsicologia Freudiana na compreensão da psique humana. Isto, por sua vez, foi particularmente frutífero no avanço de uma nova concepção da teoria da sedução, a ênfase nas pulsões de vida e de morte e a teoria do narcisismo em suas várias apresentações. O reconhecimento da importância da teoria dos impulsos, pressionou por uma ênfase na sexualidade, subjetividade, a linguagem do desejo e a função estrutural do Complexo de Édipo, em particular a respeito da posição do terceiro e terceiridade. Isto, então, levou à ideia de um processo terciário, em que os processos inconscientes (primários) e conscientes (secundários) coexistem e são criativamente combinados.
  • Psicologia do Self foi fundada nos Estados Unidos por Heinz Kohut (1913-81), que enfocou no sentido de self do indivíduo, em particular considerando o desenvolvimento e regulação do narcisismo. Ele salientou o papel necessário dos pais cuidadores (e posteriormente do analista) para espelhar de forma empática os estados do self da criança e permitir a idealização de transferências alter-ego/gemelares, assim dando suporte à criança (o paciente posteriormente) como um self-objeto, até que essa tenha internalizado suas funções reguladoras. Com o passar do tempo, Kohut veio a rejeitar o modelo estrutural de Ego, Id e Superego, assim como a teoria dos impulsos propostos por Freud, e sugeriu em lugar destes o seu modelo de self tripartido
  • Psicanálise Relacional, fundada por Steven Mitchell (1946-2000) nos Estados Unidos, rejeita a biologicamente enraizada teoria dos impulsos de Freud, sugerindo em seu lugar uma teoria do conflito relacional, que combina interações reais, internalizadas e imaginadas com outros significativos. A personalidade deriva de e é construída a partir de estruturas que refletem interações aprendidas e expectativas com os cuidadores primários. Uma vez que a motivação primária do indivíduo é estar em relacionamentos com outros, ele tenderá a recriar e encenar estes padrões relacionais através da vida. A Psicanálise, então, consiste em explorar estes padões e confrontá-los com o que é espontaneamente e autenticamente cocriado no setting psicanalítico entre analista e paciente.
  • O núcleo do método psicanalítico e o setting

 Método psicanalítico:  A Psicanálise é a cura pela fala, baseada no método da livre associação. Em sua regra fundamental o paciente é convidado a dizer qualquer coisa que venha a sua mente, sem restrições do tipo considerações de contexto, decência, sentimentos de vergonha ou culpa e outras objeções. Ao aderir a esta regra os processos de pensamento do paciente farão ligações surpreendentes, revelarão conexões conscientemente indisponíveis com desejos e defesas, e levarão às raízes inconscientes de conflitos até então não resolvidos que moldam as situações transferenciais. Ouvindo estas associações, os analistas irão entregar-se a um processo mental similar chamado atenção livremente flutuante, pelo qual seguirão as comunicações do paciente assim como perceberão – as vezes como se em um sonhar acordado – suas próprias associações que emergirão na contratransferência. A integração destas várias espécies de informação é um trabalho principalmente interno para o analista moldar uma visão das situações transferênciais-contratransferenciais que finalmente se agrupam em uma gestalt emergente (uma fantasia inconsciente), que pode ser experimentada por ambos, analista e paciente. Com o auxílio das intervenções do analista – frequentemente interpretações transferenciais do que transpira no aqui e agora da sessão – uma nova compreensão do sofrimento do paciente emergirá. A aplicação repetida destes novos insights em muitas situações similares, nas quais o mesmo tipo de conflito surge, é o processo de elaboração, que torna o paciente cada vez mais capaz de reconhecer os processos de pensamento que movimentam seus conflitos. Resolver estes conflitos e colocá-los em perspectiva, ou em repouso liberará a mente do paciente de velhas inibições e abrirá espaço para novas escolhas.

Setting. O método descrito acima é melhor aplicado no setting clássico: o paciente está confortavelmente deitado no divã, dizendo o que lhe vier à mente, sem ser distraído por ver o analista, que usualmente está sentado atrás do divã. Isto permite, a ambos parceiros do empreendimento analítico, ouvir e refletir completamente acerca do que transpira na sessão: o paciente se sentirá imerso em seu mundo interno, reviverá memórias, revisitará experiências importantes, falará acerca dos sonhos e criará fantasias, tudo isto que, fazendo parte da jornada analítica, lançará novas luzes na vida, história e elaborações da mente do paciente. A sessão de análise comumente dura de 45 a 50 minutos. Com o objetivo de continuamente aprofundar o processo analítico, as sessões de psicanálise preferentemente ocorrem em três, quatro ou cinco dias por semana. Uma menor frequência de sessões semanais ou o uso da poltrona em lugar do divã poderão às vezes ser necessários. Todos os acordos acerca do setting (incluindo os horários, o valor da sessão e a política de cancelamentos) serão contratados por ambos, paciente e analista, e terão que ser renegociados se mudanças forem necessárias. A duração de uma análise é difícil de predizer; uma média de três a cinco anos pode ser esperada, embora qualquer caso individual possa necessitar de mais ou de menos tempo para o encerramento. Paciente e analista são, contudo, livres para a qualquer momento decidir interromper ou terminar a análise.

Segue abaixo leitura de textos complementares a esta disciplina. Ou seja não é obrigatório a realização de fichamento. É apenas complementar.   

 

INSTITUTO GAIO VOCABULARIO-DE-PSICANALISE – 2020

Sigmund_Freud_e_a_primeira_tópica_do_aparelho_psíquico

Descobrindo o Encobrimento da descoberta Freudiana

Freud Psicanálise e Educação

As-Sete-Escolas-Da-Psicanalise

APOSTILA DA DISCIPLINA

Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud I – 60h

Segue modelo  em Word  de arquivo para elaboração de fichamento caso desejar realizá-lo.  

 

MODELO-RELATÓRIO-DE-FICHAMENTO-DE-TEXTO-PSICANÁLISE-XXXX-SEU-NOME

 

Lembrando-o (a), é opcional!

Para avançar para próxima disciplina é necessário a realização do “Questionário” de multiplas escolhas abaixo. 

Boa atividade e até a próxima disciplina!

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